Comprei na pré-venda e dei prioridade sobre o “List of the
Lost” pois adoro saber sobre a vida das pessoas que admiro e não somente sobre
seus trabalhos. Não que tenha chegado a ser uma decepção, por conta de algumas
poucas entrevistas, mas esperava bem mais. Esse foi o livro mais dispensável
que li até hoje sobre o Morrissey.
Já que se trata de um livro de entrevistas, acho natural
fazer algumas perguntas sobre o entrevistado, pintar um panorama geral da
personalidade em questão, porém o foco do livro é o Morrissey, a experiência e lembranças
que essas pessoas tiveram de trabalhar e conviver com ele; ou ainda, a
influência que ele exerceu sobre elas. Sendo assim, acho que foi dito muito
pouco. E menos ainda no caso de quem já tinha lido outros livros ou assistido outras
entrevistas com essas mesmas pessoas. Por exemplo, o capítulo com Steve Parish,
presidente de um clube de futebol inglês. Tudo bem que eu odeio futebol (não
tenho o mínimo interesse em esportes em geral), mas deixando essa informação de
lado, foram 25 perguntas sobre o time e 8 sobre o Morrissey - e essa deveria
ser a razão do encontro deles!!!
Realmente gosto de conversar com outros fãs sobre questões
bobas ou ler a opinião de outros fãs, como por exemplo qual seu álbum favorito
ou qual sua interpretação sobre tal letra. De uma simples pergunta pode sair
uma conversa extensa e interessante. Então, acho básica a pergunta para os
entrevistados “Qual sua música favorita dos Smiths e do Morrissey?”. Eu sei que
a preferência geral fica entre “Vauxall and I” e “Viva Hate”, mas esses fãs
pararam no tempo... aliás, a imprensa também parou no tempo. Espero que ele não
morra antes de ser plenamente reconhecido como um dos poucos artistas
relevantes na história da música contemporânea. Sua influência vai muito além de sua
participação na banda, que foi um capítulo maravilhoso e inesquecível de sua
história. Os Smiths foram a melhor banda do mundo, mas eu particularmente me
defino como fã do Morrissey. Sua carreira solo é fascinante e ele ainda tem
muito a oferecer! Bom, tudo isso para dizer que achei meio lugar-comum 90% dos
fãs entrevistados dizerem que sua música favorita é “Suedehead”...
Agora os pontos positivos. O capítulo com o Dave Haslam foi
uma delícia de ler e imaginar a cena: ele foi uma das primeiras pessoas a
entrevistar o Morrissey, para um fanzine, logo após o lançamento de “Hand in
Glove”. Esse é o tipo de história que eu quero ler: Moz indo até seu flat e ele
havia cozinhado couve-flor com queijo para comerem juntos, depois os dois seguiram
para o pub tomar cerveja e essa amizade durou um tempo. Dave percebeu que desde
aquela época, quando os Smiths ainda estavam engatinhando, Morrissey já estava totalmente
formado como rock star.
Vini Reilly foi a melhor parte do livro para mim, uma
surpresa. Vini foi humilde e sincero, como poucas pessoas são. Quis de
desculpar e justificar a polêmica sobre a gravação de “Viva Hate” e o
desentendimento com Stephen Street. Me emocionei no final do capítulo quando li
uma mensagem do Vini para Julie dizendo que após ler sua entrevista, Street
entrou em contato com ele, devido a seu enorme coração.
Dickie Felron, escritor, foi uma completa novidade pra mim.
Ele tem 2 livros escritos sobre o Morrissey: “The day I met Morrissey” e “Morrissey International Airport”, pelo qual
fiquei muito interessada em ler. Conta a história de pessoas que viajaram
seguindo uma turnê do Morrissey pelo Reino Unido, Europa e America. Já foi para
minha interminável lista dos livros que preciso ler.