sábado, 10 de outubro de 2015

15 Minutes with You - minha opinião


Comprei na pré-venda e dei prioridade sobre o “List of the Lost” pois adoro saber sobre a vida das pessoas que admiro e não somente sobre seus trabalhos. Não que tenha chegado a ser uma decepção, por conta de algumas poucas entrevistas, mas esperava bem mais. Esse foi o livro mais dispensável que li até hoje sobre o Morrissey.

Já que se trata de um livro de entrevistas, acho natural fazer algumas perguntas sobre o entrevistado, pintar um panorama geral da personalidade em questão, porém o foco do livro é o Morrissey, a experiência e lembranças que essas pessoas tiveram de trabalhar e conviver com ele; ou ainda, a influência que ele exerceu sobre elas. Sendo assim, acho que foi dito muito pouco. E menos ainda no caso de quem já tinha lido outros livros ou assistido outras entrevistas com essas mesmas pessoas.  Por exemplo, o capítulo com Steve Parish, presidente de um clube de futebol inglês. Tudo bem que eu odeio futebol (não tenho o mínimo interesse em esportes em geral), mas deixando essa informação de lado, foram 25 perguntas sobre o time e 8 sobre o Morrissey - e essa deveria ser a razão do encontro deles!!!

Realmente gosto de conversar com outros fãs sobre questões bobas ou ler a opinião de outros fãs, como por exemplo qual seu álbum favorito ou qual sua interpretação sobre tal letra. De uma simples pergunta pode sair uma conversa extensa e interessante. Então, acho básica a pergunta para os entrevistados “Qual sua música favorita dos Smiths e do Morrissey?”. Eu sei que a preferência geral fica entre “Vauxall and I” e “Viva Hate”, mas esses fãs pararam no tempo... aliás, a imprensa também parou no tempo. Espero que ele não morra antes de ser plenamente reconhecido como um dos poucos artistas relevantes na história da música contemporânea.  Sua influência vai muito além de sua participação na banda, que foi um capítulo maravilhoso e inesquecível de sua história. Os Smiths foram a melhor banda do mundo, mas eu particularmente me defino como fã do Morrissey. Sua carreira solo é fascinante e ele ainda tem muito a oferecer! Bom, tudo isso para dizer que achei meio lugar-comum 90% dos fãs entrevistados dizerem que sua música favorita é “Suedehead”...  

Agora os pontos positivos. O capítulo com o Dave Haslam foi uma delícia de ler e imaginar a cena: ele foi uma das primeiras pessoas a entrevistar o Morrissey, para um fanzine, logo após o lançamento de “Hand in Glove”. Esse é o tipo de história que eu quero ler: Moz indo até seu flat e ele havia cozinhado couve-flor com queijo para comerem juntos, depois os dois seguiram para o pub tomar cerveja e essa amizade durou um tempo. Dave percebeu que desde aquela época, quando os Smiths ainda estavam engatinhando, Morrissey já estava totalmente formado como rock star.

Vini Reilly foi a melhor parte do livro para mim, uma surpresa. Vini foi humilde e sincero, como poucas pessoas são. Quis de desculpar e justificar a polêmica sobre a gravação de “Viva Hate” e o desentendimento com Stephen Street. Me emocionei no final do capítulo quando li uma mensagem do Vini para Julie dizendo que após ler sua entrevista, Street entrou em contato com ele, devido a seu enorme coração.

Dickie Felron, escritor, foi uma completa novidade pra mim. Ele tem 2 livros escritos sobre o Morrissey: “The day I met Morrissey” e  “Morrissey International Airport”, pelo qual fiquei muito interessada em ler. Conta a história de pessoas que viajaram seguindo uma turnê do Morrissey pelo Reino Unido, Europa e America. Já foi para minha interminável lista dos livros que preciso ler.